domingo, 17 de dezembro de 2017

Conto de Natal

A história repete-se...


Numa noite escura, do ano da graça de 1178, à entrada de Dezembro, 
D. Afonso Henriques veio à varanda do seu iluminado palácio e reparou que toda a cidade de Lisboa estava escura como breu.

Chamou o seu primeiro-ministro e ordenou-lhe:

- Antes do Natal quero ver a cidade toda iluminada. Toma lá 500.000 cruzados e trata já de resolver o problema.

O primeiro-ministro chamou o presidente da câmara e ordenou-lhe:

- O nosso rei quer a cidade toda iluminada ainda antes do Natal. Toma
lá 250.000 cruzados e trata imediatamente de resolver o problema.

O presidente da câmara chamou o chefe da polícia e disse-lhe:

- O nosso rei ordenou que puséssemos a cidade toda iluminada para o Natal.
Toma lá 100.000 cruzados e trata imediatamente de resolver o problema.

O chefe da polícia emitiu um edital a dizer:

“Por ordem do rei em todas as ruas e em todas as casas deve imediatamente ser colocada iluminação de Natal.  Quem não cumprir esta ordem será enforcado”.

 Uns dias depois o rei veio à varanda e, ao ver a cidade profusamente iluminada, exclamou:

- "Que lindo! Abençoado o dinheiro que gastei. Valeu a pena".

E foi assim que, numa noite de Natal, Portugal começou a funcionar, como funciona até os dias de hoje… 

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Muito interessante

 (não sei como vivi até hoje sem saber dessas coisas.....)

- O vidro demora um milhão de anos para se decompor, o que significa que nunca se desgasta e pode ser reciclado um número infinito de vezes!
- O ouro é o único metal que não enferruja, mesmo estando enterrado no solo por milhares de anos.
- A língua é o único músculo do corpo que está ligado apenas a uma extremidade.
- Se você parar de ficar com sede, você precisa beber mais água. Quando o corpo humano está desidratado, o mecanismo de sede é desligado.
- A cada ano, dois milhões de fumantes param de fumar ou morrem de doenças relacionadas com o tabaco.
-  Zero é o único número que não pode ser representado por algarismos romanos.
- Pipas foram utilizadas na Guerra Civil Americana para entregar cartas e jornais.
- A canção, Auld Lang Syne, é cantada a meia-noite, em quase todos os países de língua Inglesa para celebrar o novo ano. No Brasil, Portugal, França, Espanha, Grécia, Polónia e Alemanha, é uma canção de despedida. (Adeus amor eu vou partir…)
- Beber água depois de comer reduz 61 por cento do ácido na boca.
- O óleo de amendoim é usado para cozinhar em submarinos, porque não solta fumaça a menos que seja aquecido acima de 450F ou 232ºC.
- O barulho que ouvimos quando colocamos uma concha junto ao nosso ouvido não é o oceano, mas sim o som do sangue correndo nas veias da orelha.
- Nove em cada 10 seres vivos vivem no oceano.
- A banana não pode reproduzir por si só. Ela só pode ser reproduzida pela mão do homem.
- Aeroportos em altitudes mais elevadas requerem uma pista mais longa, devido à menor densidade
- A Universidade do Alaska abrange quatro fusos horários.
- O dente é a única parte do corpo humano que não pode se curar or regenerar.
- Na Grécia antiga, jogar uma maçã a uma mulher era uma proposta de casamento. Pega-la significava aceitação.
- Warner Comunications pagou 28.000 dólares para os direitos de autor da canção Parabéns a Você.
- As pessoas inteligentes têm mais zinco e cobre em seu cabelo.
- A cauda de um cometa aponta sempre para longe do sol.
- A vacina contra a gripe suína em 1976 causou mais mortes e doenças do que a doença pretendia evitar.
- A cafeína aumenta o poder da aspirina e outros analgésicos; é por isso que é encontrada em alguns medicamentos.
- A saudação militar é um gesto que evoluiu desde os tempos medievais, quando os cavaleiros de armadura levantavam suas máscaras para revelar sua identidade.
- Se você estiver no fundo de um poço ou em baixo de uma chaminé alta e olhar para cima, você verá as estrelas, mesmo estando no meio do dia.
- Quando uma pessoa morre, a audição é o último sentido a desaparecer. O primeiro sentido perdido é a visão.
- Nos tempos antigos, estranhos apertavam as mãos para mostrar que estavam desarmados.
- Caju é o único fruto cujas sementes crescem na parte exterior.
- Abacates têm calorias mais altas do que qualquer outra fruta: 167 calorias para cada cem gramas.
- A Lua se afasta da Terra cerca de dois centímetros por ano.
- A Terra fica 100 toneladas mais pesada a cada dia devido à queda de poeira espacial.
- Devido à gravidade da Terra é impossível montanhas serem mais altas do que 15 mil metros.
- Mickey Mouse é conhecido como "Topolino", na Itália ..
- Soldados em formação não podem marchar quando atravessam pontes, porque poderiam criar vibração suficiente para derrubar a ponte.
- Tudo pesa um por cento menos no equador.
- Para cada kg adicional de carga em um vôo espacial, 530 kg adicionais de combustível são necessários para decolagem.
- A letra J não aparece em qualquer lugar da tabela periódica dos elementos.
- E por último...
- Isso é chamado de "sacos de dinheiro"... envie esta mensagem a 5 pessoas e em 5 dias você receberá sua recompensa.
- Baseado na crença Chinesa Feng Shui, aquele que não repassar terá problemas de dinheiro para o resto do ano. 
- Supersticioso ou não, repassei porque as informações são interessantes e curiosas. 


quarta-feira, 3 de maio de 2017

BICA

Porque se diz:
–  BICA?


Na primeira Pastelaria que abriu em Lisboa “A Brasileira”, as pessoas não estavam habituadas a beber café, e pensavam que este era para beber tal e qual como era servido (ou seja, sem açúcar).  Como seria de imaginar, as pessoas não gostavam do sabor.
O responsável do estabelecimento, para avisar as pessoas, escreveu um cartaz que dizia:
Beba Isto Com Açúcar.
As pessoas habituaram-se e começaram a chamar ao café BICA, pois eram as iniciais do cartaz.

Extraordinário soneto do século XVII

Extraordinário soneto do século XVII

No século XVII, época do Barroco, os artistas eram dados a estes jogos.
Às vezes até se ficavam pelos trocadilhos, não curando dos assuntos.
Mas este tem assunto bem recheado de saber.
Soneto, obra-prima do trocadilho, escrito no século XVII por Frei António das Chagas (António Fonseca Soares).

CONTA E TEMPO

Deus pede estrita conta de meu tempo.
E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta,
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?


Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta.
Não quis, sobrando tempo, fazer conta.
Hoje, quero fazer conta, e não há tempo.


Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em fazer conta!


Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta,
Chorarão, como eu, o não ter tempo...

segunda-feira, 3 de abril de 2017

OS POBREZINHOS


LOBO ANTUNES E AS PROXIMAS CANONIZAÇÕES
OS POBREZINHOS

"Na minha família os animais domésticos não eram cães nem gatos nem pássaros; na minha família os animais domésticos eram pobres.
Cada uma das minhas tias tinha o seu pobre, pessoal e intransmissível, que vinha a casa dos meus avós uma vez por semana buscar, com um sorriso agradecido, a ração de roupa e comida. 
Os pobres, para além de serem obviamente pobres (de preferência descalços, para poderem ser calçados pelos donos; de preferência rotos, para poderem vestir camisas velhas que se salvavam, desse modo, de um destino natural de esfregões; de preferência doentes a fim de receberem uma embalagem de aspirina), deviam possuir outras características imprescindíveis: irem à missa, batizarem os filhos, não andarem bêbedos, e sobretudo, manterem-se orgulhosamente fiéis a quem pertenciam.
Parece que ainda estou a ver um homem de sumptuosos farrapos, parecido com o Tolstoi até na barba, responder, ofendido e soberbo, a uma prima distraída que insistia em oferecer-lhe uma camisola que nenhum de nós queria: - Eu não sou o seu pobre; eu sou o pobre da menina Teresinha.
O plural de pobre não era «pobres». O plural de pobre era «esta gente».
No Natal e na Páscoa as tias reuniam-se em bando, armadas de fatias de bolo-rei, saquinhos de amêndoas e outras delícias equivalentes, e deslocavam-se piedosamente ao sítio onde os seus animais domésticos habitavam, isto é, um bairro de casas de madeira da periferia de Benfica, nas Pedralvas e junto à Estrada Militar, a fim de distribuírem, numa pompa de reis magos, peúgas de lã, cuecas, sandálias que não serviam a ninguém, pagelas de Nossa Senhora de Fátima e outras maravilhas de igual calibre.
Os pobres surgiam das suas barracas, alvoraçados e gratos, e as minhas tias preveniam-me logo, enxotando-os com as costas da mão:
- Não se chegue muito que esta gente tem piolhos.
Nessas alturas, e só nessas alturas, era permitido oferecer aos pobres dinheiro, presente sempre perigoso por correr o risco de ser gasto (- Esta gente, coitada, não tem noção do dinheiro) de forma de deletéria e irresponsável.
O pobre da minha Carlota, por exemplo, foi proibido de entrar na casa dos meus avós porque, quando ela lhe meteu dez tostões na palma recomendando, maternal, preocupada com a saúde do seu animal doméstico
- Agora veja lá, não gaste tudo em vinho
o atrevido lhe respondeu, malcriadíssimo:
- Não, minha senhora, vou comprar um Alfa-Romeu.
Os filhos dos pobres definiam-se por não irem à escola, serem magrinhos e morrerem muito. Ao perguntar as razões destas características insólitas foi-me dito com um encolher de ombros:
- O que é que o menino quer, esta gente é assim.
E eu entendi que ser pobre, mais do que um destino, era uma espécie de vocação, como ter jeito para jogar bridge ou para tocar piano.
Ao amor dos pobres presidiam duas criaturas do oratório da minha avó, uma em barro e outra em fotografia, que eram o padre Cruz e a Sãozinha, as quais dirigiam a caridade sob um crucifixo de mogno. O padre Cruz era um sujeito chupado, de batina, e a Sãozinha uma jovem cheia de medalhas, com um sorriso alcoviteiro de atriz de cinema das pastilhas elásticas, que me informaram ter oferecido exemplarmente a vida a Deus em troca da saúde dos pais.
A atriz bateu a bota, o pai ficou ótimo e, a partir da altura em que revelaram este milagre, tremia de pânico que a minha mãe, espirrando, me ordenasse
- Ora ofereça lá a vida que estou farta de me assoar, e eu fosse direitinho para o cemitério a fim de ela não ter de beber chás de limão.

Na minha ideia o padre Cruz e a Sãozinha eram casados, tanto mais que num boletim que a minha família assinava, chamado «Almanaque da Sãozinha», se narravam, em comunhão de bens, os milagres de ambos que consistiam geralmente em curas de paralíticos e vigésimos premiados, milagres inacreditavelmente acompanhados de odores dulcíssimos a incenso.
Tanto pobre, tanta Sãozinha e tanto cheiro irritavam-me. E creio que foi por essa época que principiei a olhar, com afeto crescente, uma gravura poeirenta atirada para o sótão que mostrava uma jubilosa multidão de pobres em torno da guilhotina onde cortavam a cabeça aos reis".
Por António Lobo Antunes.





Fantástica esta analogia


No ventre de uma mãe havia dois bebés . Um perguntou ao outro:
  "Acreditas na vida após o parto?"
  O outro respondeu: "É claro. Tem que haver algo após o parto. Talvez nós estejamos aqui para nos preparar para o que virá mais tarde."
  "Disparate", disse o primeiro. "Que tipo de vida seria essa?"
  O segundo disse: "Eu não sei, mas haverá mais luz do que aqui. Talvez nós possamos andar com as nossas próprias pernas e comer com as nossas bocas. Talvez tenhamos outros sentidos que não possamos entender agora."
  O primeiro retrucou: "Isso é um absurdo. O cordão umbilical fornece-nos nutrição e tudo o mais de que precisamos. O cordão umbilicalé muito curto. A vida após o parto está fora de cogitação."
  O segundo insistiu: "Bem, eu acho que há alguma coisa e talvez seja diferente do que é aqui. Talvez a gente não vá precisar deste tubo físico."
  O outro contestou: "Além disso, se há realmente vida após o parto, então, por que ninguém jamais voltou de lá?"
  "Bem, eu não sei", disse o segundo, " mas certamente vamos encontrar a Mamã e ela vai cuidar de nós."
  O primeiro respondeu: " Mamã, acreditas mesmo na Mamã? Isto é ridículo. Se a Mamã existe, então, onde está ela agora?"
  "Ela está ao nosso redor. Estamos cercados por ela. Nós somos dela. É nela que vivemos. Sem ela este mundo não poderia existir."
  Disse o primeiro:" Bem, eu não posso vê-la, então, é lógico que ela não existe."
  Ao que o segundo respondeu: "Às vezes, quando estás em silêncio, se te concentrares e realmente ouvires, vais perceber a presença dela e ouvir a sua voz amorosa"

  Este foi o modo pelo qual um escritor húngaro explicou a existência de Deus. 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

CÓPIA DA CÓPIA É NO QUE DÁ …


*Um jovem noviço chegou ao mosteiro e logo lhe deram a tarefa de ajudar os
outros monges a transcrever os antigos cânones e regras da Igreja .*

*Ele surpreendeu-se ao ver que os monges faziam o seu trabalho copiando a
partir de cópias e não dos manuscritos originais .



Foi falar com o velho  Abade e comentou que, se alguém cometesse um erro na primeira cópia, esse  erro se propagaria em todas as cópias posteriores .



O Abade respondeu-lhe  que sempre fizeram assim, há séculos copiavam da cópia anterior, na verdade desde o início da Igreja, para poupar os originais .*
*Mas admitiu que achava interessante a observação do noviço .*
*Na manhã seguinte, o Abade desceu até às profundezas do porão do mosteiro,
onde eram conservados os manuscritos e pergaminhos originais, intactos e
com a poeira de muitos séculos . . . Pois passou-se a manhã, a tarde e a
noite, e ninguém mais vira o Abade . O último que o vira informou que ele
estava indo na direcção do porão . Preocupados, o jovem noviço e mais
alguns monges decidiram procurá-lo .*

*Nos labirintos do mais profundo e frio compartimento do porão, encontraram
o velho Abade  completamente descontrolado, tresloucado, olhos
esbugalhados, espumando e com as vestes rasgadas, batendo com a cabeça já
ensanguentada nos veneráveis muros do mosteiro .*

*Apavorado, o monge mais velho da turma de busca perguntou:



- Mas, Abade, pelo amor de Deus, o que aconteceu ?



- IMBECIL ! IMBECIL ! IMBECIL o  primeiro copista !!! Desgraçado, que arda no Inferno ! CARIDADE !!!!! . . . era CARIDADE !!! Eram votos de "CARIDADE" que tínhamos que fazer . . . e  não de "CASTIDADE"!!! . . . .*