quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Entrevista ao Presidente do Conselho Executivo


O NEWSAS soube que a ESAS está entre as 26 escolas a ser intervencionadas a partir de Junho de 2008, o que significa que terá de «encerrar para obras» durante algum tempo. Para conhecer mais pormenores sobre o assunto, decidimos fazer uma entrevista ao Presidente do Conselho Executivo, Dr. António Teixeira.

Começámos por procurar respostas sobre o cargo que ocupa, para, seguidamente, nos centrarmos no principal objectivo da entrevista - a nova imagem da ESAS.

Newsas - O Dr. Teixeira já se encontra na presidência da escola há vários anos. Pode dizer-nos precisamente há quantos?
Presidente do C.E. - Estou neste cargo desde 2002, portanto há 5 anos.

N - É um cargo difícil? Quais os principais problemas com que se confronta como Presidente da ESAS?
Pres. - As dificuldades são próprias deste cargo. Problemas de incompreensão por parte de professores e de alunos; falta de auxiliares de acção educativa; falta de recursos físicos para actividades extra-curriculares; de salas para receber condignamente os Encarregados de Educação; de uma sala de convívio...Mas, dentro de dois anos, estes problemas de falta de espaço estarão resolvidos.

N - Tivemos conhecimento de que tem havido alguns casos de violência. Como é que os resolve?
Pres. - A violência tem vindo a crescer ao longo dos anos, é verdade. Não há uma forma única de agir. De acordo com cada caso usam-se meios diferentes para colmatar os problemas. De qualquer modo é sempre necessário manter distanciamento relativamente aos acontecimentos, agir segundo critérios de justiça e fazer uma reflexão sobre comportamentos que, frequentemente, são formas de afirmação de diferenças.

N - E a Escola Segura não seria uma boa ajuda para estes problemas?
Pres. - A Escola Segura chega já após o facto consumado. A sua presença tem efeitos preventivos, mas, ao ser chamada, esta limita-se a tomar conta da ocorrência. Este ano, a Escola Segura já fez uma acção de formação sobre Violência, seja ela verbal, física ou psicológica.

N - Mas, para além dos problemas, também há momentos agradáveis. Pode dar-nos alguns exemplos?
Pres. - Sim. Por exemplo, desde que entrei há uma maior participação dos alunos em actividades extra-curriculares, como é o caso do jornal e do desporto escolar; um maior dinamismo, quer pela apresentação de trabalhos, quer tomando a iniciativa de realizar acções de formação. Não digo que antes não houvesse nada, mas, pelo menos, existe uma maior visibilidade dos alunos, que participam activamente, por exemplo, na Semana do Patrono. Note-se que ela passou de um dia para uma semana, preenchida com actividades que envolvem toda a comunidade.
Desde que entrámos, temos andado à frente do tempo, apontando rumos. Ainda mal se falava na China já a nossa escola organizava exposições sobre este tema; ainda o metro não tinha entrado em funcionamento, já nós organizávamos uma acção de formação evidenciando as vantagens para a nossa cidade.

N - Tendo em consideração os problemas e as «alegrias» que referiu, pensa recandidatar-se no fim do mandato? Porquê?
Pres. - "I don't know". Tudo tem o seu tempo. Já tenho 61 anos. Já cumpri a minha missão.

N - E agora, passando à principal razão da nossa entrevista - as obras na ESAS - gostaríamos de saber por que razão a lumado. nossa escola foi escolhida, juntamente com outras 25, para ler cha- uma intervenção já em Julho de 2008.
Pres. - Na verdade começam em Junho. A escola tem cento e vinte e quatro anos. É uma escola de referência no concelho de Gaia, aquele que possui uma maior população escolar a nível do país. Hoje, o concelho está coberto em termos de recursos físicos e de oferta, proporcionando todos os cursos, mas nem sempre foi assim. Ora, a nossa escola está ao serviço da comunidade há mais de cento e vinte anos.

N - Durante quanto tempo se prevê que a escola esteja fechada?
Pres. - As obras durarão cerca de um ano - de Junho de 2008 a Setembro de 2009. Vão implicar sacrifícios pois haverá obras e aulas simultaneamente, o que não proporciona as condições ideais de trabalho.

N - Não haverá o risco de se atrasar o início das aulas no próximo ano lectivo?
Pres. - Não.

N - O projecto das alterações já está feito?
Pres. - Sim, completamente.

N - Quais vão ser as mudanças mais visíveis?
Pres. - Vai haver um novo paviIhão; novos laboratórios; um auditório; uma nova biblioteca.

N - Que espaços exigirão alterações mais profundas?
Pres. - As alterações mais profundas terão lugar nos balneários, que serão totalmente novos, o mesmo acontecendo com as salas de desenho. As oficinas vão ser remodeladas e todas as salas de aula terão acesso à Internet. O edifício principal será só para aulas e no rés-do-chão haverá gabinetes de trabalho e serviços administrativos.

N - A biblioteca, por exemplo, vai ficar muito diferente?
Pres. - Sim. Totalmente nova e com localização diferente.

N - Os alunos queixam-se que, neste momento, não têm nem Sala de Convívio nem Sala da Associação de Estudantes. Está prevista a reabertura destes espaços para os alunos? Onde?
Pres. - Claro. Estão previstos espaços para Sala de Convívio e sala da Associação de Estudantes no novo pavilhão.

N - E espaços para actividades extracurriculares? O Clube do Jornal, o Clube de Xadrez, e outros, vão ter instalações adequadas?
Pres. - Sim. O projecto já contempla espaços adequados para essas actividades extracurriculares e outras.

N - Antes de terminar não .podemos deixar de referir uma situação com que nos deparamos com uma certa frequência: é proibido fumar no recinto escolar, no entanto, há alguns alunos que o fazem. Existe alguma forma de resolver o problema, ou seja, fazer cumprir a lei?
Pres. - A lei proíbe que se fume em todo o recinto escolar, seja ele interior ou exterior. Se há alguns casos que não respeitam a lei, eles vão acabar, com a instalação de videovigilância em vários espaços da escola.

N - É tudo, por agora, Dr. Teixeira. O Newsas agradece-lhe o tempo que dispensou para esta entrevista, esperando que ela satisfaça a curiosidade dos nossos leitores, antecipando-lhes a nova imagem da ESAS.

Entrevista realizada por Ana Inês e Marta - 8º
Fonte: NEWSAS - Nº5 - Dezembro 2007

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