domingo, 16 de dezembro de 2007

Prémio Pessoa atribuído a Irene Pimentel


Investigadora, de 57 anos, tem-se dedicado ao estudo do Estado Novo

Irene Flunser Pimentel, historiadora que se tem dedicado ao período do Estado Novo, foi distinguida com o Prémio Pessoa, que este ano cumpre a sua 20.ª edição. Na declaração final, o júri do prémio, instituído pelo semanário Expresso e pela Unysis, enaltece o "notável esforço de rigor intelectual e objectividade académica" da sua obra, a par da sua "adesão à causa das liberdades e dos direitos humanos".

A investigadora, que este ano publicou A História da PIDE e Mocidade Portuguesa Feminina e foi recentemente galardoada com o Prémio Adérito Sedas Nunes de Ciências Sociais pelo livro Judeus em Portugal durante a II Guerra Mundial, considerou que a distinção, recebida com "tremenda emoção", é "sobretudo dedicada aos investigadores de história contemporânea". Irene Pimentel, que falava à Lusa, considerou ainda que o prémio constitui um incentivo, em particular para os investigadores mais jovens.

Para o jornalista e escritor Fernando Dacosta, esta foi uma "boa, oportuna e gratificante" escolha. Irene Pimentel, disse à Lusa, "tem desenvolvido um trabalho sério, meticuloso e despreconceituoso" nas suas pesquisas sobre o Estado Novo.

Trata-se de "um período muito rico, porque é o canto do cisne do imperialismo português", referiu ainda Fernando Dacosta, também ele seu estudioso, e que tem sido, "nos últimos anos, visto a preto e branco, de forma um tanto redutora, diabolizado à esquerda, endeusado à direita".

Colaboradora permanente da revista História, da qual foi editora até final de 2001, Irene Flunser Pimentel, de 57 anos, licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, especializando-se depois em História Contemporânea, cujo doutoramento concluiu este ano, com tese sobre a PIDE/DGS.

Presidido por Francisco Pinto Balsemão, com Luís Portugal Devesa, em representação da Unysis, como vice-presidente, o júri da 20.ª edição do Prémio Pessoa foi constituído ainda por Alexandre Pomar, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, João Fraústo da Silva, João Lobo Antunes, José Luís Porfírio, Maria de Sousa, Mário Soares, Miguel Veiga, Rui Vieira Nery e Rui Magalhães Baião.

15.12.2007 - JN -

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